Expedição Carajás

25 a 28/02/2006 | Carajás/PA

PATROCINADORES DESTE EVENTO
O município de Parauapebas, no Pará, abriga o Complexo Minerador da Serra dos Carajás controlado pela Companhia Vale do Rio Doce e que possui as maiores reservas mundiais de ferro de alto teor, estimadas em 1,5 bilhão de toneladas. Em Carajás ainda se encontram a segunda maior área potencial de produção de cobre do mundo, a maior mina de ouro do Brasil e importantes depósitos de manganês, níquel e prata. Na Serra também se localiza uma das trilhas mais emocionantes que um jipeiro pode enfrentar, com ladeiras íngremes e escorregadias, sempre intercaladas com lama acumulada nas partes mais baixas. Tudo isso sob um clima característico das serras, sem o calor habitual de nosso Estado. Foi para lá a nossa aventura do carnaval deste ano, graças aos esforços do amigo Paulo Soraggi, funcionário da CVRD e um apaixonado pelo off-road, que atendendo uma solicitação do JCP através do companheiro Chico, providenciou a autorização para que pudéssemos visitar o projeto. Com a saída marcada para embarque na balsa do Arapari às 6h00 de sábado, 25, alguns não contavam com o maior volume de veículos decorrente do feriado de carnaval e tiveram que seguir pela estrada para encontrar os que já tinham conseguido lugar na balsa. Para a alegria do grupo, encontramos ainda a companhia de Diou, Jefferson e Antonio Roda que iriam seguir para a Transcametá.
Reagrupamos todos os 6 jipes da Expedição Carajás e mais os 3 que seguiriam para a Transcametá no posto de combustível de Moju, onde inicia a PA-150. Ali pudemos comprovar que apesar de mais longo, seguir pela Alça Viária é sempre mais rápido que atravessar o Rio Guamá via balsa. Deixamos o pessoal da Transcametá para trás e seguimos rumo a Parauapebas, onde chegamos por volta das 17 horas. Na portaria da CVRD, nosso amigo Paulo Soraggi já nos aguardava. Após preenchermos as declarações de equipamentos e materiais de entrada iniciamos a subida da serra (é importante salientar que não se deve perder este documento ou deixar de declarar, pois sem ele todos os equipamentos não declarados ficam retidos na saída). Como um brinde de boas vindas, nosso anfitrião já desviou para uma estrada secundária onde pudemos sujar os pneus na terra vermelha que domina a região. Chegamos no Hotel Jatobá, localizado no núcleo residencial, onde pernoitamos. Na manhã de domingo, 26, partimos para a trilha por volta das 9h00 agora acompanhados de mais 4 veículos: a L200 de Paulo Soraggi, uma Nissan Frontier de Ribita, Prefeito de Canaã do Carajás, e duas Ford Ranger, uma do Branco e outra de André, amigos vindos de Goianésia.
No caminho, passamos pela mina e pela usina de beneficiamento de minério, onde todos puderam se extasiar com a grandiosidade do projeto. É um privilégio de poucos poder contemplar este projeto. Entrando na trilha, os obstáculos já começaram a surgir: diversas árvores de pequeno e médio porte caídas tiveram que ser cortadas na motoserra e removidas para podermos passar. Seguindo em frente (ou seria melhor dizer para cima), continuamos a subir na trilha, através de diversos atoleiros e ladeiras escorregadias até chegar em uma que exigiu mais de 4 horas de trabalho para transpor. A ladeira devia ter mais de 200 metros com inclinações que chegavam a mais de 30 graus em determinados trechos e um abismo enorme ao nosso lado esquerdo. Foi necessário lançar mão de todos os recursos disponíveis. Guinchos, patescas, cintas e até mesmo de um Tirfor (guincho manual) com um cabo de 50m. Como não bastasse as dificuldades que encontramos, enquanto estávamos tentanto subir os primeiros carros, caiu uma chuva que multiplicou os problemas.
Os últimos 5 carros só conseguiram subir depois de amarrarmos uns aos outros em um enorme trem de força, comandado pelo guincho mecânico da Toyota do Tavinho, amarrado no cabo de aço que foi fixado 50 metros acima. Em um determinado momento, a adrenalina subiu ao limite quando a Toyota do Tavinho deslizou para o lado e ficou na beira do precipício. Foi preciso mudarmos a fixação do cabo do guincho para tirarmos o carro da situação perigosa. Quando conseguimos vencer a grande ladeira já era noite. Todos festejaram e seguimos em frente, pensando ter finalizado as emoções. Puro engano. No caminho da trilha noturna, uma surpresa: uma pinguela (ponte feita apenas de troncos) havia desabado. Mais uma vez, o departamento de engenharia e logística teve de trabalhar pesado. Com motoserras e muito suor conseguimos deixar a ponte em condições de ser utilizada. Ou quase. Os carros tinham de passar um a um, lentamente e sob orientação. A Hilux do Franklim escorregou e caiu com as rodas traseiras ficando no vazio. Foi preciso ser puxada no tranco pelo Chico. Mais uma dificuldade vencida.
Faltava pouco agora. Alguns quilômetros à frente, depois de mais atoleiros e descidas acentuadas chegamos na estrada de ferro, onde atravessamos e seguimos pela estrada que nos levou de volta a Carajás, onde chegamos por volta das 3 horas da madrugada. Na segunda, dia de descanso merecido para os guerreiros. Nosso anfitrião Paulo Soraggi, juntamente com sua esposa Gleyce e os filhos, Saulo, Pedro e Guilherme, providenciaram nosso acesso ao clube, onde cerveja e churrasco foi o acompanhamento para as histórias da trilha maravilhosa. Na terça pela manhã, iniciamos nosso retorno, com uma parada em Goianésia, onde descobrimos a Pousada Uirapuru, um hotel muito confortável. Chegamos em Belém tarde de quarta, com muitas histórias para contar. Registramos nossos agradecimentos a Paulo, Gleide, Saulo, Lucas e Pedro Soraggi, pela calorosa acolhida, assim como a Branco, André e Joseilton Ribita com suas respectivas famílias e também a Ubiratan pela força e companhia. Sem vocês nossa aventura não seria possível nem tão aprazível.
Este evento teve a participação de 6 jipes, pilotados por 5 sócios e 1 convidados, com a companhia de 11 zequinhas.
Piloto Zequinhas Veículo
Messias Wanderli Samurai - Suzuki Samurai
Chico Dadá Osama - Toyota Bandeirantes
Hérycles Yuri, Érika, Celeste Pathifa - Nissan Pathfinder
Tavinho Camila, Flávia, Alcina Boto I - Toyota Bandeirantes
Franklim Andressa, Pedrita, Cláudio Pedra Nega Braba - Toyota Hilux
Convidados
Sóphocles Gustavo, Amanda, Dora Açai - Mitsubishi L200 Sport